29 agosto, 2010

O sorriso de Maquiavel

O sorriso de Maquiavel

R. B. Marques
Cristão, neurocientista, educador, psicanalista clínico
A notícia veiculada no Estadão sobre o manifesto de Dilma, candidata do PT à presidência da República, para "acalmar o povo de Deus", exige de nós reflexão e posicionamento.
Observem como Dilma faz promessas aos cristãos, promessas que, obviamente, não pretende cumprir. A prova é que as mesmas vão de encontro ao Plano de Governo dela e do PT, vão de encontro às propostas clássicas imorais e anticristãs defendidas pelo PT (a quem ela serve), vão de encontro ao PNDH que ela e Lula promoveram, e assim por diante.
Serra tem feito mais ou menos o mesmo. Contudo, embora também não confie nele e não o queira como presidente, Serra ainda não tem sua imagem tão associada a ideologias por demais perigosas para os cristãos, mas isso porque o modo de o PSDB, Serra e companhia promoverem políticas anticristãs é mais sutil se comparado ao modus operandi do PT, que tem histórico de militância. O resultado, contudo, é quase o mesmo. FHC, com seu PSDB, foi o principal responsável pela promoção do aborto e do homossexualismo, inclusive havendo criado o PNDH1 e 2, cujas propostas são basicamente as mesmas do PNDH3 de Lula e Dilma, talvez com a única exceção do item do PNDH3 que propõe a perseguição a envolvidos em torturas durante o regime militar. Aliás, Serra, como ministro, assinou muitos dos documentos do governo FHC promovendo tais políticas anticristãs. Diante disso, não imagino Serra liderando a nação, assim como não confio mais em Lula, em quem votei e até defendi por algum tempo.
Só quem é ignorante ou tem memória curta ignora que, na História antiga e recente, uma estratégia muito conhecida (e eficiente) de se chegar legitimamente ao poder para, depois, dominar a tudo e a todos, é fazer acordos com adversários ideológicos. Nesses acordos, promete-se, em troca de apoio ou mesmo de silêncio, não persegui-los, não lhes criar problemas, etc. No entanto, depois de eleito democraticamente, o maquiavélico que fez o acordo descumpre-o, num ato golpista.
Não quero comparar, jamais, Dilma, Serra ou quem quer que seja, a Hitler. Porém, precisamos ser inteligentes para aprendermos a desconfiar de acordos e promessas de campanha, percebendo, inclusive, que déspotas malignos como Hitler chegaram ao poder através do voto, negociando com adversários, fazendo acordos e promessas. Uma vez no poder, manipulou informações, forjou evidências, distorceu acontecimento, aprovou leis e, assim, conseguiu eliminar, jeitosa, mas violentamente, todos os adversários; instalou uma perseguição feroz (inicialmente bem camuflada) a qualquer voz que enfrentasse sua ideologia e de seu partido; colocou amigos contra amigos, vizinhos contra vizinhos, filhos contra pais, estimulando a denúncia, gerando um cenário em que as pessoas se vingavam de seus desafetos denunciando-os falsamente ao Estado, acusando-os de crimes que jamais cometeram; e, claro, conquistou o apoio das massas oferecendo, a um povo sofrido com a 1ª guerra, emprego, retomada do crescimento, prosperidade, esperança, honra... Com isso, todo mundo passou a confiar no que quer que ele dissesse ou fizesse. Conquistou até muitos dos religiosos do seu tempo. Nos bastidores, porém, instalava-se um Estado fortemente ideológico, de controle social, que criminalizou a opinião, perseguiu os desafetos, matou os que o ameaçavam...
É evidente, porém, que qualquer semelhança é mera coincidência. Não obstante, não nos custa ser mais desconfiados do que de costume...
Entre tantas outras aberrações ideológicas, o PT, e a própria Dilma, têm histórico de:
– apoio a ditaduras; 
– querer censurar a imprensa (somente quando esta os critica);
– tentar anular a anistia ampla, geral e irrestrita, pregando a vingança contra criminosos da ditadura militar, porém tratando como heróis os criminosos, ladrões, terroristas e assassinos das guerrilhas armadas;
– defender o aborto amplo e irrestrito; 
– promoção da libertinagem sexual;
– forte apoio à intolerante agenda LGBT e indução ao homossexualismo;
– perseguição à ala de cristãos que ousa manter-se fiel ao que Deus ensina nas Escrituras, e tanto mais.
Agora, com a “lei da palmada”, temos o controle estatal chegando aos lares. E, de novo, usando algo bom, que é proteger as crianças e adolescentes de abusos e violência, para implantar algo mau, que é intervir na vida privada das famílias, determinando como os pais podem ou não educar seus filhos. É completamente abusiva a intervenção proibindo pais de dar simples palmadas nos filhos, ameaçando-os de prisão por fazerem algo que a Bíblia recomenda, sem considerar as ressalvas e os contextos.
Pensamos que nosso país é democrático apenas porque votamos e – ainda – damos nossas opiniões nas rodas de amigos. Mas a verdade é que iniciativas como estas se revelam um típico aparelhamento de controle ideológico e de comportamento somente visto em ditaduras grotescas do nível do nazismo, do stalinismo e do maoísmo, assim como em ditaduras capitalistas veladas.
O interesse, é claro, não é impedir a palmada, mas sim usar argumentos como esse para calar e tirar do caminho aqueles que, por convicção intelectual e espiritual, podem ameaçar esse tipo de ditadura: os cristãos, que, historicamente, são os guardiões das liberdades. (OBS: favor não confundir cristãos com as religiões institucionalizadas, que em muito de assemelharam às piores ditaduras comunistas e fascistas).
Há especialistas que alertam: uma palmadinha não faz mal nenhum (o que é diferente de espancamentos, por exemplo, que já eram denunciados e tratados dentro das leis vigentes). E com a "lei da palmada" surgirá um clima inadministrável, em que pessoas se sentirão tentadas a prejudicar outras de quem elas não gostam por algum motivo, apenas denunciando-as ao poder público. Imagine o Conselho Tutelar invadindo sua casa e tomando a guarda de seus filhos, e você sendo preso e processado, só porque uma vizinha sua, que se zangou com sua recusa em cortar a árvore que derruba folhas no quintal dela, lhe denunciou por "violência doméstica"... E outra pessoa da rua pode até testemunhar contra você, apenas por ter ouvido, por exemplo, um filho seu chorar, um dia, e entendeu que você agride suas crianças...
É de assustar como autoridades por nós eleitas para nos representar, e sustentadas com nosso dinheiro, podem chegar a esse nível de estupidez; pior, é de assustar como tantas pessoas tidas como "inteligentes", inclusive alguns profissionais da mente e da saúde, chegam ao ponto de apoiar uma lei absurda como essa; e mais grave ainda é observar como uma população inteira parece ignorar o perigo de se fazer de cega, surda e muda diante da escalada crescente de estratégias de controle social que nos tornarão, a todos, reféns dos interesses específicos de um grupo.
Um dos fatores indicativos desta cegueira está muito claro: justamente os dois, Dilma e Serra, concentram quase todas as intenções de voto, com o percentual maior para aquela cujos propósitos anticristãos são os mais escancarados e conhecidos. Nada mudou desde Roma: a velha política do “pão e circo” continua funcionando muito bem.
Como diz o livro de Eclesiastes: "nada de novo sob o sol". Estratégias como estas aqui mencionadas, de conquista astuta e ardilosa do poder, e consequente controle ideológico de todo um povo, já constavam dos escritos e conselhos do renascentista Maquiavel – embora alguns digam que ele fora "mal interpretado". Mas, se Maquiavel realmente pensou desse modo, fico imaginando-o se estivesse vendo o que hoje fazem tantos políticos – parece até que o ouço maliciosamente sorrindo...
Tudo bem, sei que me exponho em escrever sobre esse assunto, ainda mais nesse tom. Exponho-me, inclusive, ao risco de ser tido como paranóico, tratado como adepto da teoria da conspiração. Mas a questão é: gostemos ou não, os fatos estão aí. E merecem, no mínimo, ser objeto de alerta e reflexão, antes que cada um tome sua decisão.
Fica aqui um pedido: em vez de apenas votar – ou não votar –, ore pelos candidatos. Ore por Dilma e pelo acordo que alguns evangélicos pensam que lhes assegurará alguma coisa. Ore por Lula, pelo governo deste país. Ore para que o contato com cristãos, interesseiro ou não, sirva como porta de entrada do verdadeiro evangelho no coração dos candidatos, especialmente Dilma e Serra, que estão firmando estes acordos. Ore para que o Espírito de Deus revele-se a eles, e os leve aos pés de Cristo Jesus.
Encerro recordando que, sabemos bem, perseguir e tentar calar os cristãos lembra-nos de perto o cumprimento de profecias bíblicas bastante claras que caracterizam a chegada dos últimos tempos. Sem esquecer que, junto, vem a tentativa de desacreditar as Escrituras, de colocar a opinião pública contra a Palavra de Deus e até de forçar os cristãos a terem de escolher entre algumas leis de um país insano, e as leis de Deus reveladas na Bíblia. Pior: tudo isso será feito sutilmente em nome da "paz", da "liberdade" e da "diversidade" - exatamente como nos alertou o próprio Jesus.
Este é o cenário ideal que precede o advento do Anticristo, e estamos assistindo, com nossos próprios olhos, os passos sutis, porém cada vez mais expostos e ousados, do doutrinamento mental da sociedade, necessário à construção desse cenário.
A pergunta é: você está preparado para o que vem por aí?